Saber-me-eis invulgar
Nisso não vejo problema algum
Vulgaridade é depreciada coisa
Linha traçada a qualquer um
Sim, sou culpado, confesso
E nisso não sinto vergonha
O homem dentro da geladeira
Era pior que o pior humano
Original puro da desonra
Devíeis antes de me condenardes
Com veemência me agradecerdes
Um biltre ordinário e inumano, ele era
O descobri carrasco de nossa consciência
Palpites! palpites dava
Fraque encomendado na revenda
De tudo e de todos opinava
Descaramento!
O fazia
Como se não fizesse nada
Conceitos, costumes, ideias
Preconceitos, vede lá!
Que faria mais?
Opiniões constrangedoras
Descaradas limitações de liberdade
Da liberdade, sim!, disso se trata
Da liberdade esse ser medonho
Se travestia e abusava
E eu, Deus, não pude
Me cegue tua divina fúria,
Achar a seu tempo misericórdia
Me armei, ávida revolta empunhada
Nojo, vômito, o matei!
O matei como o mataria agora de novo
Golpe veloz, ansioso
Que a própria morte mais voluntarioso
E agora,
Um tempo passado, fede
Tudo!
A casa, a louça
O tempo, o espaço
No varal a roupa lavada E pior A alma! Minha alma fede E eu todo por dentro me putrifico Me adoeço e contamino Esse homem, meu deus, morreu No pior dos mundos Cá dentro, cá dentro, cá dentro...
(1ª addition)
Cá dentro é que as coisas se conservam
Mas só o tempo que elas querem(2ª addition)
Cá dentro é meu céu e meu inferno
Côvo,
ResponderExcluirvocê sempre se supera!
e amei o novo layout do blog também..
beijo de um lindo 2012...
Ricardo, este é o primeiro comentario de muitos que farei no futuro. Gostei muito deste poema, verifico que a tua escrita está mais madura e sentida.
ResponderExcluirGostei particularmente da ultima parte:
"Cá dentro é que as coisas se conservam
Mas só o tempo que elas querem
Cá dentro é meu céu e meu inferno"
Neste tempo onde reinam os assassinos da verdade... os ladrões de sonhos querem destruir a criatividade e o valor da vida, submetendo-nos aos seus desejos. á sua ganância...
Necessitamos de transmitir os nossos sentimentos, transmitir o valor do verdadeiro sentir humano que o poeta tão bem conhece.
Meu amigo "cá dentro" conservo a nossa amizade mas não o "tempo que ela quer" e sim o tempo da minha existência...
Também eu tenho "cá dentro um céu e um inferno", sem o qual não seria o que sou, sou um misto daquilo que fiz de mim e aquilo que absorvo do mundo... Caminho pela vida porque não sei caminhar por outro sitio, ás vezes caminho pelas nuvens e esqueço o caminho da vida e assim tento fugir ao destino ultimo que é a morte...
Um abraço saudoso!
Carcamano: Faustino Alves