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05 fevereiro 2012

Pra mainha

"Meu filho, meu filho!"
Assim é materno grito
E o que acresce é sucinto.

"Meu filho, meu filho!,
Ai, Deus, perdeste o tino!"
Solta agudo gemido.

Mãe, minha mãe,
Pelo amor de deus, se conforme
Me alimenta minha sã loucura.



Eu sei, sou doente,
Mas que doença bela essa
Na qual não sinto remorso
Nem culpa.

Oh, mãe, oh, deus,
Não queria fosse diferente.

Mãe, minha mãe,
Por mim poupes nas rezas
Benzeduras, insanas promessas,

Sou tolo, 
E daí?

Fugi breve de teu colo, 
E daí?

Mãe, minha mãe,
Me esquivei a teu traçado destino,
Bem sei...

E daí?

E daí,
Se eu sou feliz?


2 comentários:

  1. Muito bom, Ricardo! Esses desenhos que vêm acompanhando os post são seus?

    Abraços,
    Caju.

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    Respostas
    1. Oi, Caju. São, sim, meus os desenhos. Tenho tentado disfarçar a minha falta de aptidão pro desenho, muita luta... Ando nessa fase, coloco desenhos nas cenas que escrevo. Tudo começou por falta de alguém que desenhasse pra mim e porque acho que a imagem é um complemento muito forte, principalmente em alguns textos infantis que tenho escrito, e como a minha esposa, que desenha muito bem, nem sempre está para me aturar (ela que não leia isso), pronto, tou dando uma de desenhista. Rs. Tenho me divertido, é o mais importante. Abraço, cara, e obrigado.

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"Seja bem vindo quem vier por bem."