Páginas

28 fevereiro 2013

Branco



Branco
É o que falam
E são tantos
São todos eles
Os negros
Os vermelhos
Amarelos
Os brancos

Não ouso nem
Contrariar
Chega dá medo
Eles são tantos
Sou branco
Um branco negro
Ausente de luz
Sou branco
Não sei se primário

Se antigo
Se fantasma, se floral
Se navajo, se fumaça
Branco sujo em contraluz
Sou branco embaçado
Deslavado
Branco tímido
Branco pálido
Meio fosco
Metalizado

Branco berrante
Bicolor
(Uma cor por dentro
Outra exterior)
Estamos de acordo
Sou branco
Sem saber
Do branco o tom

Sou branco camaleão
Troco de roupa
Mudo de cor

Sou branco parcial
Branco de pele
Branco por afinidade

(Meus pais
Que escolheram
Lá no catálogo
Da maternidade)
Bobagem a deles

Eu teria escolhido
Amarelo, negro
Marrom
Qualquer coisa
Que não esse
Branco pálido
Sem noção
Branco
Tão sem graça
Tão sem cor
De uma graça só
A do corar do rosto
Quando te confesso
Sim, sim, é amor

2 comentários:

  1. Bastante original o poema. Corar de amor, é tudo.
    Abraço

    ResponderExcluir
  2. ÓTIMO!
    Está acontecendo um sorteio no meu blog. Não deixe de participar: http://vanessamonique.blogspot.com.br/2013/02/sorteio-de-aniversario-em-parceria-com.html

    Bjão!

    ResponderExcluir

"Seja bem vindo quem vier por bem."