Perguntam, às vezes, o que tenho, como
quem questiona o que procuro, como quem indaga de que me aborreço. Pois bem,
serei franco. Eu aborreço-me do nada. Do nada inócuo, silente, comme ci, comme ça. Aborreço-me de não
saber-me ou de saber-me mais que na medida do saudável. Aborreço-me por vontade
própria ou, vezes outras, sem vontade. O aborrecimento, escarninho, sonso, vem,
senta do lado, ensaia diálogos. Quando vejo é tarde. Fui na conversa dele.
O que tenho são esgotamentos,
impaciências, medidas soberbas. Não caibo em mim. Nem poderia caber-me. Ainda
bem. Se me esgotasse em mim mesmo, quão mais enfadonho não me seria ser!
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"Seja bem vindo quem vier por bem."