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14 abril 2020

Rimbombom

Rimbombom subiu aos céus
Doido que era, jurava o céu era seu
As nuvens eram algodões
Comprados da farmácia de Nereu
A chuva, um vazamento inoportuno
Foi de seu rosto que choveu
Os trovões, ah!, eram gritos
Tão gritos que a mãe lhe deu
E os relâmpagos - quem o negaria? -
Ah, meu Deus!, também eram seus.

Rimbombom era um doido
Do mais doido que havia
Rimbombava, rimbombava
Mas ninguém, ninguém
Dos mais sãos por esses dias
Da mais alta sabedoria
Teve, de dizer-lhe, a ousadia:
Rimbombom, Rimbombom
Nem o céu nem a chuva
Nem relâmpagos nem trovões
Nada... Nada lhe pertencia.

Rimbombom, Rimbombom
Há coisas que não se tiram a um homem
São tão suas quanto sua vida.

Rimbombom sou eu!


rbcovo
com Samaricaparteira

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