Páginas

25 fevereiro 2014

Intermitência #1

         Solutions, baby, solutions, baby. É frequente. A conversa que mais tenho comigo mesmo. Como um rato, Oh, comparação distinta!,  procurando atalhos para um queijinho branquinho, láteo, gostosinho. Evitemos surpresas! Vassouras, armadilhas, contratempos, humanos... sim, evitemos humanos! Em suma. "O inferno são os outros", n'est-ce pas, mon ami Sartre?
        Tem paredes mal acabadas, cinza interior, umas vezes península, outras, ilhéu. Meu mundo. Praguejo, resmungo, me farto, e de tanta fartura me enfarto. Hiperbolizo, claro. Minha fartura é de mim, a dilactância abdominal fermentada. Cereal. Solutions, baby. Solutions, baby. 
        Minha companheira recosta-se, o sofá pede mais. Tem que ser assim? Pego a caixinha de pandora. Bluteau, please. Más que nada!
        Irrompe instintivo: "vai ser sempre assim?" Ahn? Insolência! Assim como? "Proliferador desses ideais nadistas anti-producentes e involutivos. Estagnatários, anticapitalistas..." 
        Coloco o vinil. Aaah! Crosby. Cigarro. Fogo. Baforada. Eu sei. O tráfico de ociosidades tomou-me. Edison nunca teria engendrado uma fluorescente.  Einstein não diria que os corpos se atraem na razão direta das suas massas. Era isso mesmo? Riso. Eu vendo tapetes voadores. Pedras cansadas. E tempo livre. Não sonhei. Claro. Aconteceu. Aconteceu de ser assim. Camelô de vaga-lumes. Eclipses. Caleidoscópios.





Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Seja bem vindo quem vier por bem."