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11 julho 2014

Intermitência #6

       

        Não escolhi. Ninguém escolhe. Os meus pais, avós, a minha terra... Ninguém me escolheu. Escolheu-me uma força maior- a natureza. Ela decidiu. Decidiu a cor dos olhos, o tom da pele, os cabelos. Decidiu a que braços entregar-me. Ela e Deus. Num repente.
        Ambos decidiram meu choro e espanto, minha timidez e "sem palavras" da infância. Ambos me jogaram no mundo com os olhos voltados para dentro. Quieto e introspectivo. Pasmo de ver-me, procurando entendimento. Lançaram-me ao caminho. "Vai!" E eu fui, eu vim, cresci. E nisso pus escolha minha. Não no sentido, no entortar ou endireitar da coluna. Na vida. E do tanto que escolhi em nenhum tanto busco remendo. Sou feliz. 
        Hoje, ao completar mais um ano, só um pedido: queiram Deus e a natureza emendar outros tantos anos nos que me deram até aqui. 


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"Seja bem vindo quem vier por bem."