O mundo é a sério, sabes? As dores, o tempo (às vezes o tempo é como uma dor), os espaços, sujos e repletos, o inverno, as chuvas, os cinzentos são deveras. Os amores não correspondidos, as bregas paixonetas, argh!, os poemas... Quem nunca se julgou poeta?
O mundo é a sério. É a sério o carinho de vovó, o gosto pelas histórias que contava, a lembrança dos provérbios. É a sério o beijo primeiro, como primeira era a ânsia de recebê-lo. São a sério as segundas-feiras, a enxaqueca e dor de dentes. São a sério os emails e telefonemas, as cobranças, as contas: luz, água, internet, celular, gás, tickets de transporte, feira do mês (a gente come).
O mundo é a sério. Cartas e convites. Casamentos e divórcios. Roubos, homicídios. Os crimes. São a sério as ilhas, desertas e paradisíacas, os sertões e planícies, matas e desertos, as areias, a água salgada, as copas verdes das árvores. São a sério pais e filhos, madrastas e padrinhos, soluções e sarilhos.
O mundo é a sério. E a gente ora perde, ora ganha, ora chora, ora disfarça tanta seriedade com sorrisos (sorrir é preciso). Perder, em absoluto, nunca perdemos. Que dizer do mundo a sério que diante de nós se materializa?
O tanto que se perde são sonhos e presenças, esperanças, torpes crenças. O tanto que se ganha, ausências. Tristes, costumeiras.
O mundo é a sério, sabes?, como a sério são minhas penas. As minhas, as tuas, as deles, as dos tantos que tanto sonham. Não é a alma pequena.
Esta é uma certeza e uma verdade que todos confirmamos diariamente.
ResponderExcluirA vida é um presente que Deus nos oferece gratuitamente.
As dores e as alegrias são um presente que se modifica a cada instante. Pensamentos que carregam a nossa mala de viagem.