Noite pungente.
Tomam-me
as lembranças
E
delas se me tomam os dias,
Os
silêncios, os dramas, as rimas...
Não
me dói o passado em suas fantasias,
Em
seus torpores, mágoas ou alegrias;
Doem-me
suas impossibilidades,
O
reparo de teu choro, teu riso,
Toda
tu ao abandono...
Oh,
ocaso imperfeito!
Sorrisses
de novo,
De
novo me tomasses
Em
tuas horas sôfregas da vida...
Beijasses-me
de novo,
De
novo me abraçasses,
Toda
tu na ânsia de teus braços,
Com
a força de quem me enterra no peito...
Fôssemos
os dois, de comum acordo,
Novamente
naquele ponto
E
de novo nos enamorássemos...
Seria
meu gozo pleno, satisfeito
E
a noite não tão noite
E
o luar não tão contrafeito.
Mas
escapam-me o verbo,
O
trato sonoro e vocal.
Faltam-me
a fortuna e o ensejo
De
fazer presente o passado
Que
não seja pela força da palavra
Escrita
que assoma em alto brado,
Supera-me,
transcende-me
E
me toma em seus espaços.
Escrevo
o que viver mais não posso.
O
que anseio e desejo
Só
quando o escrevo o vivo e sinto.
Escrevo,
e a cada palavra escrita
É
uma sensação que edifico,
Um
pouco de nós que materializo.
Escrevo-
E
de novo, de novo
Em
cada palavra
Assoma
teu riso.
Gostei deste poema. Um regresso ao passado no presente.
ResponderExcluirA mesma fome, os mesmosdesejos...
Tudo se renova e nos alimenta nas cores da vida e do amor.
Um retorno diferente.
ResponderExcluirLegal!
Beijos!!