Cobrem-se os montes, cobrem-se os vales...
Cobrem-se as ruas de Baixo e de Cima:
a neve chegou.
Branca, purinha...
E Tarcísio, gelado,
mancando apressado,
a casinha entrou:
"Ó de casa! Ó de casa!",
e ninguém achou.
Tarcísio, curioso,
ao fogão se achegou.
Que sopa de carne
gostosa olhou!
Ah, mas isso não vale,
logo lembrou,
comer do que não
ele cozinhou.
"Se o meu pai sabe
zanga de verdade;
por muito bem menos
mãe o desgostou."
Sobe escada
(é sua a casa),
num instante parou.
Cai fiapo na janela.
Branco, branquinho,
de algodão...
Corpo quente, corpo quente,
casa dentro se esquentou.
Tarcísio, esconda não!
É na neve o coração.
Mas, alto, quem vem lá?
Deu o chão de trepidar.
É um homem de palha
confuso de seu lugar.
(Um personagem a mais;
veio só caçoar)
Tarcísio desce escada,
desce escada...
Pom! Pom! Pom!
Desce escada...
Pom! Pom! Pom!
Menino na rua,
quanta emoção!
Menino sozinho
não é mais, não.
Tem um amigo branquinho,
corpo de algodão...
Amigo de neve
de sorriso largão.
Amigo de neve,
vai embora não.
Amigo de neve,
vai embora não.
sempre bom estar por aqui...
ResponderExcluirbeijos carnavalescos..