Já na birosca se fala,
Invulgar cousa não farta.
A fofoca é meio vaga,
Mas dizem casou o padre
Com rapariga safada,
Que um outro embuchou
E deu o fora de covarde.
"Claro, gente, ele não sabe.
Inocente que é, acreditou,
Deixou o sacerdócio
E a Deus pediu perdão.
Barbaridade!"
"Oh, faz inté pena...
Tinha o homi pra padre
A maior vocação;
Já pra chifrudo
Eu acho que não."
"É, meu irmão,
Diacho do homi
Tanto a fé pregou,
Palavra de Deus,
Blá, blá, blá; blá, blá, blá,
E no fim se ferrou.
A mulher, falam,
É da rua a maior rapariga,
Sofre desse troço
Da hipersensibilidade
De mulher vadia,
Doença incurável
A faz rodar bolsinha
Noite e dia.
Por isso que eu não prego
Nem pratico.
Do supremo não
Se espere bênção,
Se espere castigo."
"Mas o pior nem é isso;
Oh, diacho!,
Deixar mulher vencer
É o maior perigo.
Nós, como macho,
Devia dar um fim nisso.
Sei lá, alertá-lo.
Hoje é com ele, pense,
Amanhã pode ser comigo."
Fez-se um silêncio,
Um e outro coçou a testa,
E eles pensaram, eu penso,
"Minha mulher não faria isso,
Ela, meu chapa, eu conheço."
Mas, pelo sim, pelo não,
O relógio apressado,
Ligeiros tomaram a cana,
Vontade danada essa
Que deu de correr pra casa.
"Inté, Bijola;
Tou com pressa."
"Oh, esse homi também se arretira,
Tenho de dar um jeito na bicicleta."
Mentira!
"Comigo do lado
Ninguém me chifra."
E o padre?
Perguntam.
Oh, Deus, ele não fala:
"Cada um que se salve"?
Versos ligeiros e contundentes.
ResponderExcluirJá lá vai o tempo em que todos acreditávamos que os padres eram capados.
Desde muito cedo eu os vi bem gamados nas melhores gajas da zona. Outros por cobardia procuravam nas cercanias.
Bebiam e chafurdavam por tudo quanto pudessem.
Deus Pai todo poderoso lhes perdoe porque os homens são todos iguais e esta doença ataca sempre na idade mais jovem e no meio da penitência encontram prazer libidinoso.
Separemos as águas e acreditemos que Deus é bom e justo. Estes padres hoje não são melhores que a freguesia.
Oi, Luís, não são mesmo, e pelo meio sempre tem umas raparigas. Um abraço.
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