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14 fevereiro 2012

Uma zuleidade da vida

Zuleide, moça atual,
Os dias passa na internet,
A custo paga
Com seu mixo salário
Desse trabalho no Zé Ferrete.

Faz daunloudi, abre saite
Mete, tira
O raio da penedraive.
Já com seus trintas anos
Não tem moço que lhe valha.
Ou melhor, que lhe convenha.
É sobremaneira exigente e estranha.

"Zuleide, Zuleide,
Um dia a mãe te falta...
Segue teu rumo, menina.
Pedido de bom moço 
Se quer aceite."

Mas a moça,
Descabida que era,
Não estava nem aí
Nem se imaginava velha.

"Oh, mainha,
Eu lá quero homi!
É tão bom tar sozinha!
Assim ninguém me consome."

Oh, palavra dita!
Sem que desse conta,
Um dia,
Nesse troço de emeesseene
Se apaixonou por um cara,
Vejam só, da Hungria.

Virava a noite 
Batendo papo,
E com o danado muito ria.
Se uma noite ele não entrava,
Oh, Deus!, entristecia.

Papo vem, papo vai,
Tomou coragem o cabra.

"Oh, Zuleide, diacho!,
Sempre me dei ao celibato,
Mas contigo, oh, moça,
Juro, eu caso."

"Oh, Rodrigo
(nome adaptado),
Não digas mais nada...
Nunca pensei!,
Mas eu caso contigo."

E aos trezentos dias de conversa
Chegou ao aeroporto o gringo.
Mas, ó diacho, houve alguma vã promessa.

"Mainha, meu Deus, não acredito!
Rodrigo era mais magro,
Mais moço, mais bonito...

Mainha, meu Deus, que é que eu faço?
Rodrigo era mais branco, mais pálido,
Falava bem, não era gago..."

"Oh, Zuleide, deixe de coisa!
Sua foto também não era a da sua prima?"


2 comentários:

  1. Excelênte blog.
    Textos, desenhos e layout... Tudo ótimo!
    Meus parabéns.
    Estou seguindo.


    Eduardo
    http://eduardobarbossa.blogspot.com

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    Respostas
    1. Oi, Eduardo, obrigado. Fico contente que tenha gostado do blog. Um abraço.

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"Seja bem vindo quem vier por bem."