Páginas

15 novembro 2014

Balanço

Ficarei no parque. No balanço. Entre um ir e vir compassado, gostoso, entre a juventude e a infância. (Velhice não! Por Deus.) Para que lado as coisas pendem?, se para algum devem pender... E de que escolhas independem minha razão e ser? Entre um balanço e outro, essa coisa para lá e para cá, volto velho, vou novo, não vale desesperar. Vou são, volto louco... O negócio é viajar. Tem coisa mais doida que não saber o que pensar? Não, não responda. Deixe-me com a ilusão de que sou doido que não tem como igualar. Ânsia torpe, bem sei, de execrar. “Olha o doido! Olha o doido do balanço. Olha o doido a balançar.” Que miséria! Um homem cansado de ser homem se volta para dentro, quer endoidar. Que é que há, gente? Nesse vai e vem para lá, para cá, deu vontade de lá ficar. Aqui a opção é entre o salgado e o doce; lá, entre outros paladares. Aqui, entre o amor e o ódio; além, não tem como diferenciar.
Afonso! Afonso! Gritarão um dia qualquer. Afonso! Alto, quem vem lá? Não é esse que deixamos naquele mesmo lugar!
Eita, negócio penoso! Volto a explicar: blá, blá, blá... blá, blá, blá... Entendeu? Se não, a culpa não foi minha; foi o balanço que cedeu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Seja bem vindo quem vier por bem."