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13 novembro 2019

Nunca

"Nunca" é palavra que não se garante, 
Encerra tempo desmedido.
É altiva, garbosa,
Fingidamente segura e orgulhosa.
Vista no espelho mostra-se exatamente -
É ela própria e o seu contrário.
Entre o "nunca" e o "sempre" existe, porém, um ponto intermediário,
Um meio termo entre a esperança e o medo
Que não é, todavia, refletido. 
O "nunca" pós-verbal não é sequer, por si só, negativo
E mesmo que um seu parente mal-humorado e rotundo corra em seu auxílio, 
Todo o negativo tem equivalente positivo,
De modo que o dito se desdiz
E fica o dito por não dito.

Segue uma fabulazinha:

Três "nunquinhas" saíram para passear
Encontraram três "semprinhos"
Começaram a chorar
Gritaram: "Mamãe Nunca,
Os semprinhos vão nos matar".
Mamãe Nunca nunca foi
Os seis deram de namorar
Tiveram três filhinhos:
Simzinho, Nãozinho e Quiçá...
Você quer mais? 
Não chegam três meninos pra aperrear?


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