Luísa era uma pata nova. Marreca. Muito linda e bem cuidada. De penas mais brancas que a neve e bico laranja, mais laranja que as laranjas das laranjeiras. Era muito simpática e a todos cumprimentava com um alegre “Quac, quac, quac”. Estivesse frio ou calor a disposição dela era a mesma. Era a pata mais alegre na eira da tia Eulália. E tinha um amor. Um amor grande e bonito como ela. Era apaixonada pelo pato Inácio, atrevido e malandro, muito, muito namoradeiro. Mas amor a ela ele jurava.
E o pato emendou. E de tão emendado que estava um dia lhe disse:
- Quero casar contigo, Luísa.
Ganhou coragem e foi fazer o pedido aos pais dela.
- Quac, quac, quac!- gritou Rogério, o pai da pata Luísa, nervoso. Sabia das malandragens do pretendente.
Mas uns minutos depois (muito tempo!), a esposa o convenceu a conceder a mão da filha.
E Fez-se então o casamento.
Vieram animais e músicos e palhaços de todas as eiras da freguesia e de todos os cantos da cidade. A tia Eulália, sabedora da cerimônia, providenciou até a presença de um papagaio com falas de padre.
“Pata Luísa, aceita o pato Inácio como seu legítimo pato-esposo na saúde e na doença?
Tão contente, a pata Luísa num instante gritou “sim!”
"Pato Inácio, aceita a pata Luísa como sua legítima pata-esposa e promete amá-la e honrá-la e ajudá-la a cuidar dos vossos filhos marrecos?
E todos fizeram um silêncio profundo. A fama de Inácio era maior que o mundo. Mas do bico do pato logo saiu um rápido "aceito".
Trocaram-se as alianças, os noivos deram um beijo e logo começou a comezaina. Foi comida à farta e mais farto ainda foi o champanhe. Quando acabou a festa já era tarde. Tão tarde era que muitos já diziam ser cedo, mas cedo do dia seguinte, claro. E as galinhas já nos seus poleiros cantavam.
Uns tempos passaram e a pata Luísa pôs quatro ovos. E foi tamanha sua felicidade! Quase chorava só de imaginar os marrequinhos "Quac, mamã, quac, quac". Todo dia e toda a noite ela ficava de olho neles. Oh, tão lindos! E Inácio, muito vaidoso, já a todos gabava os filhos.
- Oh, meus rapazes serão fortes e corajosos como eu. E serão muito lindos e cobiçados pelas marrequinhas.
- Oh, vaidosos como o pai serão de certeza. - dizia rindo o pato Rodolfo, seu amigo.
Mas um dia, a pata Luísa de tão cansada que estava adormeceu. Quando acordou os ovinhos tinham desaparecido. E muito, muito chorou. Ai, que desespero!
- Inácio! Inácio!- se ouviram seus gritos nos quatro cantos da eira.
E Inácio de pronto apareceu.
- Que foi, querida? Que foi?
- Nossos filhos! Nossos filhos, meu Deus!
- E como isso aconteceu?
- Por um momento fechei os olhos...
- Ai, Luísa! Que falta de responsabilidade!
- A culpa foi tua que nunca ficaste aqui comigo!
- Minha?! Que descaramento! Trabalho o dia todo para pôr a comida na mesa e tu ainda dizes isso!... Que castigo!
- E eu fico aqui presa todo o dia. Não posso nem espairecer a cabeça.
Oh, meu Deus, foi uma discussão das bravas. Gritavam e choravam. E atiravam as culpas um para o outro. Todos se juntaram ao seu redor e opinavam. Uns diziam "a culpa é da pata que não tomou direito conta dos filhos", outros diziam "a culpa é do pato que não protegeu a esposa e seus marrecos", e em toda a eira estridentes "quac, quac, quac!" se ouviam.
“Você está errado. O pai nem aqui estava, como pode ser o culpado?"
"Esse pato não nasceu para casar. Sabe lá o que são responsabilidades!"
"Alguém os deve ter roubado. Ou os marrecos fugiram sozinhos?"
"Se fossem meus eu havia de achá-los.”
Até que chegou a pato-polícia.
- Mas o que é que aconteceu? - gritou o sargento Patolas.
"Quac, quac, quac.", "Quac, quac, quac.", "Quac, quac, quac”.
Todos palraram suas versões. Não dava mesmo para entender. E o pato Inácio e a pata Luísa, zangados, queriam fazer cada um uma ocorrência.
- Eu é que aqui estava quando aconteceu! - gritava a pata Luísa.
- Eu é que sou o pai deles! - gritava o pato Inácio.
- Mas a mãe sou eu, oras!
- Mas eu é que fui registrá-los! E digas o que disseres os filhos são meus.
Não houve de forma nenhuma acordo. Eram os dois muito teimosos.
- Pronto, farão cada um uma ocorrência. - o sargento Patolas assentiu.
E foi quando os policiais começavam a escrever o que acontecera, que surgiram dentre os outros quatro marrequinhos com a avó Florinda.
- Já nasceram! - gritou a vovó pata.
- São lindos! São lindos!- gritaram todos.
E os pais com os marrecos ralharam:
- Saíram sem avisar? Não façam mais isso! Não façam mais isso!
E ai deles que o façam.
E o pato emendou. E de tão emendado que estava um dia lhe disse:
- Quero casar contigo, Luísa.
Ganhou coragem e foi fazer o pedido aos pais dela.
- Quac, quac, quac!- gritou Rogério, o pai da pata Luísa, nervoso. Sabia das malandragens do pretendente.
Mas uns minutos depois (muito tempo!), a esposa o convenceu a conceder a mão da filha.
E Fez-se então o casamento.
Vieram animais e músicos e palhaços de todas as eiras da freguesia e de todos os cantos da cidade. A tia Eulália, sabedora da cerimônia, providenciou até a presença de um papagaio com falas de padre.
“Pata Luísa, aceita o pato Inácio como seu legítimo pato-esposo na saúde e na doença?
Tão contente, a pata Luísa num instante gritou “sim!”
"Pato Inácio, aceita a pata Luísa como sua legítima pata-esposa e promete amá-la e honrá-la e ajudá-la a cuidar dos vossos filhos marrecos?
E todos fizeram um silêncio profundo. A fama de Inácio era maior que o mundo. Mas do bico do pato logo saiu um rápido "aceito".
Trocaram-se as alianças, os noivos deram um beijo e logo começou a comezaina. Foi comida à farta e mais farto ainda foi o champanhe. Quando acabou a festa já era tarde. Tão tarde era que muitos já diziam ser cedo, mas cedo do dia seguinte, claro. E as galinhas já nos seus poleiros cantavam.
Uns tempos passaram e a pata Luísa pôs quatro ovos. E foi tamanha sua felicidade! Quase chorava só de imaginar os marrequinhos "Quac, mamã, quac, quac". Todo dia e toda a noite ela ficava de olho neles. Oh, tão lindos! E Inácio, muito vaidoso, já a todos gabava os filhos.
- Oh, meus rapazes serão fortes e corajosos como eu. E serão muito lindos e cobiçados pelas marrequinhas.
- Oh, vaidosos como o pai serão de certeza. - dizia rindo o pato Rodolfo, seu amigo.
Mas um dia, a pata Luísa de tão cansada que estava adormeceu. Quando acordou os ovinhos tinham desaparecido. E muito, muito chorou. Ai, que desespero!
- Inácio! Inácio!- se ouviram seus gritos nos quatro cantos da eira.
E Inácio de pronto apareceu.
- Que foi, querida? Que foi?
- Nossos filhos! Nossos filhos, meu Deus!
- E como isso aconteceu?
- Por um momento fechei os olhos...
- Ai, Luísa! Que falta de responsabilidade!
- A culpa foi tua que nunca ficaste aqui comigo!
- Minha?! Que descaramento! Trabalho o dia todo para pôr a comida na mesa e tu ainda dizes isso!... Que castigo!
- E eu fico aqui presa todo o dia. Não posso nem espairecer a cabeça.
Oh, meu Deus, foi uma discussão das bravas. Gritavam e choravam. E atiravam as culpas um para o outro. Todos se juntaram ao seu redor e opinavam. Uns diziam "a culpa é da pata que não tomou direito conta dos filhos", outros diziam "a culpa é do pato que não protegeu a esposa e seus marrecos", e em toda a eira estridentes "quac, quac, quac!" se ouviam.
“Você está errado. O pai nem aqui estava, como pode ser o culpado?"
"Esse pato não nasceu para casar. Sabe lá o que são responsabilidades!"
"Alguém os deve ter roubado. Ou os marrecos fugiram sozinhos?"
"Se fossem meus eu havia de achá-los.”
Até que chegou a pato-polícia.
- Mas o que é que aconteceu? - gritou o sargento Patolas.
"Quac, quac, quac.", "Quac, quac, quac.", "Quac, quac, quac”.
Todos palraram suas versões. Não dava mesmo para entender. E o pato Inácio e a pata Luísa, zangados, queriam fazer cada um uma ocorrência.
- Eu é que aqui estava quando aconteceu! - gritava a pata Luísa.
- Eu é que sou o pai deles! - gritava o pato Inácio.
- Mas a mãe sou eu, oras!
- Mas eu é que fui registrá-los! E digas o que disseres os filhos são meus.
Não houve de forma nenhuma acordo. Eram os dois muito teimosos.
- Pronto, farão cada um uma ocorrência. - o sargento Patolas assentiu.
E foi quando os policiais começavam a escrever o que acontecera, que surgiram dentre os outros quatro marrequinhos com a avó Florinda.
- Já nasceram! - gritou a vovó pata.
- São lindos! São lindos!- gritaram todos.
E os pais com os marrecos ralharam:
- Saíram sem avisar? Não façam mais isso! Não façam mais isso!
E ai deles que o façam.
Tantos, tantos patinhos...coitados todos marrecos...Que irá ser deles coitados ??
ResponderExcluirNo ano passado nasceram aqui em casa muitos patinhos também. Todos da mesma cor. Ouro vivo.
Depois começaram a desaparece. Deixei-me ficar atento e vi que os meus gatos se banqueteavam à fartazana.
Só faltava o champanhe........
Ah, gatos safados! Você bem podia ter disponibilizado uma garrafinha, não fosse de champanhe, um tinto. (riso) Um abraço, Luís.
ExcluirPreocupações de pai e mãe.
ResponderExcluirUm grande bj
Olá, Gisa. Bons pais são assim, sofrem com as preocupações que têm com os filhos. E esses marrecos eram danadinhos. :) Um abraço.
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