Youth Lagoon

        

        Confesso. Há uns anos atrás, muito por culpa de Clocks dos Coldplay (Jesus, como aquilo me soava bem!), comprei um teclado Yamaha, um trezentos e qualquer coisa (nunca entendi esse tipo de nomenclaturas, mas, no meu caso, deve ter a ver com a velocidade e os tais trezentos e tal representam a velocidade com que desisti de aprender o que quer que fosse), e ficava umas horas no quarto, para gáudio dos meus velhos, tá-ti, tá-ti,tá-tá, ta-la-la-li-la. Isto só depois de a muito custo ter aprendido onde era o dó, o ré e por aí em diante.

        No meu caso, ficou difícil aprender muito mais porque eu tocava com tal sentimento que tocava de olhos fechados. O sentimento era tal que os meus velhos julgavam que eu sabia o que estava a fazer. E eu inflava orgulhoso. Não tivesse desistido e teria dado alguma coisa.

          Mas isto tudo pra quê? Só para vos mostrar que, embora eu nunca tenha chegado a ser um Elton John (graças a Deus!), passei bons momentos atrás de um teclado.
        E isso é o que acontece com o boy dos Youth Lagoon que, ao contrário de mim, parece saber o que está a fazer. O som é suave, quase relaxante, coisa de dream, e a voz, não sendo feminina (eu tenho um fetiche com vozes femininas), é aguda o bastante para que a diga como a de um anjo e me lembre, um pouco, Sigur Ros. Sigur Ros é melhor, claro. Eu não entendo patavina do que o cara dos Sigur Ros canta e se não entendo é porque é muito bom. Lol

        O nome do moço dos Youth Lagoon é Trevor Powers (americano de 22 anos) e para nossa alegria lançou seu primeiro álbum, The year of Hibernation, nos finais de setembro de 2011, com temas tão inspiradores como "Montana", "Afternoon", "July" ou "Daydream".

        Apesar de só ter 8 faixas, garanto, é um trabalho notável realizado por Trevor alone no seu próprio quarto e que me merece um sincero aplauso.

Bom fim de semana!