Uma espécie de apresentação para Curto-Poema
No início do mundo
Nasceu a pergunta
Assim se dá
O início de tudo?
No início do mundo
Não havia mundo
Só um vazio profundo
O grande nada absoluto
Flores abertas em flor
bosques plenos
Areias e mares
Ondas em compassado tempo
Céus mornos
Chapiscados de estrelas
Criação malvada
Homem, mulher
Não tardou nada
E a dúvida, o pensamento
Nasceram de onde?
De onde nasceram?
Foi da cabeça?
Maçã cinzenta
Jorram cores
Caixa pequena
Foi da cabeça
Meu tormento
Peca, Eva
Peca
Come a serpente
Pior pecado é o dele
Em tua boca fez ninho
Doce alcova da fome
E vós
Eva, Adão
Filhos de Moisés
Pilatos, Ramsés
Súditos da morte
Sois Maiores que Deus
Inventores de lápis
Arautos da
Maior invenção
Prazer excelso
Exaltai!
Meu Deus, meus Deus
Clamai
Todos o dizem
Miserável esconjuro
Eu tenho capricho
Fincadamente o juro
O meu não o partilho
É pequeno
Doce, melancólico
Sereno
Tão pequeno que é
O levo aqui dentro
E uma hora se ergue
E se anima
E uma hora tomba num baque
É descrente
Meu espelho não o mostra
Não sabe de si mesmo
Oh, mísero Deus,
Pobre terreno
Tua parábola
É o desassossego
Saibas morrer ao menos
Em teu tempo
Na curva do antigo
Para o moderno
Retrato impressionista,
Lusco-fusco
Obsoleto
Silêncio!
Doce veneno
Ávida Cicuta
A morte do tempo
Não é tua
Minha culpa
Desígnio supremo
Oh, sombras fúteis
D'almas de gente
O destino não é pra trás
É pra frente
E um passo dado
No escuro
Dá sempre um pisão
Adiante
Adiante no futuro
Segui meus dogmas
Ceticismos
Mal enjambrados pensamentos
Pelo passeio
Passo resumido
Lento
O Mar hoje tem mau vento
Umas vezes serei eu
Outras serei vós mesmos
A vida cicuta. Não tinha olhado por este lado. rsrsr Planta extremamente venenosa.
ResponderExcluirAdorei seu poema. Ótimo!!]
Felicidades.
adorei seu blog, só pra constar! :)
ResponderExcluirObrigado, db, fico contente. Um abraço.
Excluir