Queria
mostrar-te o som dos meus dias
A
melancolia teimosa, a nostalgia
O
não querer mais que não querer
Os
passos amarelo-risonhos
Constrangidos,
obedientes;
O
bem-te-vi rasando minha cabeça
A
alegria cadente de estrela
O
interior marítimo silente...
Queria
mostrar-te o som das velharias
Os
sonhos dependurados no alpendre
A
turva de fantasias guinchando estridentes
O
sol maquinal depondo cada um dos dias...
As
agonias, ululantes, resilientes
Os
desejos, esquivos e desobedientes...
Queria
mostrar-te o som da indiferença
O
som das cores – do branco e do negro.
Queria
mostrar-te o som das ilusões
Como
soam os amores e os apegos...
Lá
vai! Oh, lá vai uma vã esperança! Oh, lá vai!
Aí
vem! Oh, aí vem uma vã lembrança! Oh, aí vem!
Queria
fazer-te ouvi-las, fazer-te vê-las...
Mas
eu escrevi (só) um poema.
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"Seja bem vindo quem vier por bem."