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21 novembro 2018

Poema





Queria mostrar-te o som dos meus dias
A melancolia teimosa, a nostalgia
O não querer mais que não querer
Os passos amarelo-risonhos
Constrangidos, obedientes;
O bem-te-vi rasando minha cabeça
A alegria cadente de estrela
O interior marítimo silente...
Queria mostrar-te o som das velharias
Os sonhos dependurados no alpendre
A turva de fantasias guinchando estridentes
O sol maquinal depondo cada um dos dias...
As agonias, ululantes, resilientes
Os desejos, esquivos e desobedientes...
Queria mostrar-te o som da indiferença
O som das cores – do branco e do negro.
Queria mostrar-te o som das ilusões
Como soam os amores e os apegos...

Lá vai! Oh, lá vai uma vã esperança! Oh, lá vai!
Aí vem! Oh, aí vem uma vã lembrança! Oh, aí vem!
Queria fazer-te ouvi-las, fazer-te vê-las...
Mas eu escrevi (só) um poema.

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"Seja bem vindo quem vier por bem."