"Nunca" é palavra que não se garante,
Encerra tempo desmedido.
É altiva, garbosa,
Fingidamente segura e orgulhosa.
Vista no espelho mostra-se exatamente -
É ela própria e o seu contrário.
Entre o "nunca" e o "sempre" existe, porém, um ponto intermediário,
Um meio termo entre a esperança e o medo
Que não é, todavia, refletido.
O "nunca" pós-verbal não é sequer, por si só, negativo
E mesmo que um seu parente mal-humorado e rotundo corra em seu auxílio,
Todo o negativo tem equivalente positivo,
De modo que o dito se desdiz
E fica o dito por não dito.
Segue uma fabulazinha:
Três "nunquinhas" saíram para passear
Encontraram três "semprinhos"
Começaram a chorar
Gritaram: "Mamãe Nunca,
Os semprinhos vão nos matar".
Mamãe Nunca nunca foi
Os seis deram de namorar
Tiveram três filhinhos:
Simzinho, Nãozinho e Quiçá...
Você quer mais?
Não chegam três meninos pra aperrear?
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