Estes dias vi alguém (engraçado), dizer "tragam-me uma pá de areia e uma de cimento e faço um poema concreto". Eu não levei as duas pás, nem sei se alguém levou, até porque de concreto apenas percebi uma habilidade quase inata para o humor de tal personagem, mas aquele humor (bem, melhor não dizer o que penso)... Mas, façam o favor, levem esse homi pro stand up. Presumo que haja um espacinho para tão nobre espírito.
E ao invés de levar os materiais, levo antes alguns poemas concretos até vocês. Bem mais leves e agradáveis que um ou outro balde de areia.
uma vez
uma fala
uma foz
uma vez uma bala
uma fala uma voz
uma foz uma vala
uma bala uma vez
uma voz
uma vala
uma vez
de Augusto de Campos-1957
vem navio
vai navio
vir navio
ver navio
ver não ver
vir não vir
vir não ver
ver não vir
ver navios
de Haroldo de Campos-1958
ra terra ter
rat erra ter
rate rra ter
rater ra ter
raterr a ter
raterra terr
araterra ter
raraterra te
rraraterra t
erraraterra
terraraterra
de Décio Pignatari-1956
preto
preto um jato
preto
preto um óleo
preto
preto um fato
preto
preto petróleo nosso
nosso
nosso
nosso
nosso
nosso
nosso
nosso petróleo
de José Lino Grunewald-1957
Massa, né?
Um dia desses trago mais. See you!
Gosto do estilo e até já me arrisquei em algumas.
ResponderExcluirUm grande bj
Adorei!!!
ResponderExcluirBeijos