Disse sempre e direi, acho que até ao inevitável (sim, sempre tive uma aversãozinha velada a qualquer tipo de despedida), que minha maior miséria seria a criança que existe dentro de mim morrer, como flor que não se presta cuidado. (vixe!, sou meio avesso a frase cafona. <riso>) E, olhe, essa certeza, a de que quero continuar sendo criança, a de que quero ser criança ontem, hoje, amanhã, mais uma placa de MDF perdida a um canto da casa, um marcador permanente, pregos, martelo, prato, revista, tempo, paciência, resultaram numa charmosa mesa de Futebol de Prego, Camp Nou, com todos os craques rigorosamente colocados no relvado, Messi, Cristiano Ronaldo, Iniesta, e num sorriso besta de menino. O tempo, vocês sabem, não volta atrás, velha máxima universal, mas "se Maomé não vai à montanha...".
A minha máquina do tempo foi fácil de construir. Por sorte a madeira já lá estava. Precisa, sem ter de cortar um pedaço que fosse.
Pegamos (eu e minha esposa), no marcador permanente, usamos uma fita para medir e achar o centro do terreno, o tamanho da grande área, etc, e desenhamos as linhas retas com ajuda da lombada de uma revista, na falta de régua, e com o prato, imaginem, fizemos o grande círculo e as cabeças de área. Feito isso, encontrei algures na web como deve fazer-se a distribuição dos pregos (jogadores, e por sinal bem famosos. <riso>), peguei os pregos, martelo e tumba, tumba, tumba.
No gol usei outros dois pregos e um elástico como trave superior. A bola? Vixe!, fácil demais. Bebi uma cerveja por causa disso. Precisava da concha. <riso>
Et voilá!
Aposto que repararam que depois pintei no terreno de jogo o nome do estádio, o nome dos times e o nome e número dos jogadores. Deu trabalho, claro, mas isso não foi o mais dificil. Difícil foi ter de fazer a escalação, fazer de Mourinho, de Tito... Como é difícil a vida deles! Sempre tendo de fazer escolhas. Eu, treinador por um dia, fiquei meio indeciso em algumas delas, confesso. Hesitei entre o Piqué e o Mascherano, por exemplo. Acabei por decidir-me pelo Piqué. Talvez traga um pouquinho mais de musicalidade ao jogo e à minha viagem. "Loka, loka, loka!"
E eis -me em plenos anos 80. A imagem ainda era em preto e branco. Pelo menos em minha casa.
O jogo correu sem nenhum problema. Muito desportivismo de parte a parte. Muita alegria e sorrisos nas bancadas. Foi tão cordial e amigável que, a dado momento, o Messi e o Cristiano se cumprimentaram. E este último, posso garantir, não está triste, est très content. Il n´a pas d´argent.
Brincadeiras à parte, viajar no tempo é tão legal!
* Usei no início do post o nome de Maomé sem qualquer espécie de malícia. Repito: sem malícia.
Possuo dezenas de teorias estapafúrdias, que apenas eu pareço disposto a acreditar. Acredito, por exemplo, que o teletransporte, recurso tão comum em produções de ficção científica, como a série "Star Wars", salvaria a humanidade de um inevitável colapso emocional. Principalmente no cada vez mais confuso final do ano. Com o teletransporte não desperdiçaríamos nosso precioso tempo, não existiria atrasos, frustrações. Teríamos uma melhor qualidade de vida, viver valeria realmente à pena. Com o teletransporte teríamos o fim dos congestionamentos e acidentes na estrada, o fim do caos aéreo, o fim da espera, o fim da saudade (uma mãe em Feira de Santana poderia dar um beijo de boa noite em sua filha em Tóquio e voltar à Bahia antes do almoço).
ResponderExcluirMas acho que estou vendo muitos filmes...
nossa q ideia MARA, ADOREEEI
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