Tá preocupado o Tone
Não, seu filho não passa fome
É coisa bem pior
Djabo do rapaz inventou um blog
Coisa estranha essa da internet
Todos falando, ninguém se conhece
Escuta, digita, vê vídeo, não o convence
Diz-lhe o compadre "essa treta
Oh, Deus, cê nem imagina, é coisa do capeta"
E tão belzebuzado é, oh, djabo,
Que embiocado no quarto
Já o magrelo rapaz não come
A modos que é nessa porra viciado
Como o vizinho Nelito nessa porra de baseado
"Rapaz, sai daí! Vou cortar o djabo da cabo!"
E o rapaz demora um pouco
Dois minutos sai de olho cansado
"Oh, painho, faz isso não
É minha única distração"
"Tá bom, tá bom
Sempre foi esse meu mal
Tão mole ser de coração"
Mas, oh, Jesus bendito!
Um dia na hora da janta
Não valeu a Tone qualquer grito
"Carlos Eduardo! Carlos Eduardo!"
E do rapaz nenhuma graça
Foi o pobre pai ao quarto
"Meu Deus, não acredito!
Não pode ser meu filho!"
Pendurado na luminária
Grossa corda, nó distinto
Deu o rapaz seu fado por findo
E ao lado, em branco papel,
Numa letra que tremia à vista
Deixou o rapaz a pista
"Meu pai, meu pai, desculpe,
Hoje me rendo em meio a tanta luta
Tudo fiz, Deus é testemunha,
Mas meu blog ninguém comenta
Esses, sim, os indiferentes,
Me revelaram minha falta de talento
Em falta dele me vá eu agora
Mais tarde seria perda de tempo
Adeus, painho
Deixo do blog a senha
Lhe dês como a mim muito carinho
A net pode ser uma janela de cultura e de trabalho
ResponderExcluirNunca podemos nem devemos colar-nos a ela.
Que os nossos vícios sejam o trabalho com honradez e a educação com delicadeza e respeito.
Olá!!!
ResponderExcluirIngratidão também mata. rsrsrsrrs
Tenho vindo aqui sempre que você põe algo novo de novo. rsrsrr
Gosto muito de seus texto .
Não posta porque acha que era apenas para vendas de cordeis.
Você escreve fabulosamente bem.
beijos!!!!!
Risos!
ResponderExcluirImaginação é o que não falta nesses versos.
Poema ficcional!
abço!